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Como se preparar para a nova onda do empreendedorismo

27/11/2018

Uma entrevista sobre as tendências do empreendedorismo como Steve Case, co-fundador da AOL

Steve Case é o co-fundador da America Online, empresa que democratizou o acesso à internet. Steve atualmente é o presidente da empresa de investimentos Revolution e também da Case Foundation. O presidente Obama o nomeou Embaixador Presidencial para Empreendedorismo Global (PAGE). Além disso, Steve presidiu a Startup America e Startup Weekend, iniciativas que promovem o empreendedorismo.

Resumindo, ele é bilionário. Mas deixe-me contar uma história que lhe dará uma visão melhor sobre ele. Eu jantei com Steve e sua equipe imediatamente depois que a Apple rompeu o contrato com sua empresa, que ia criar um serviço online para consumidores chamado AppleLink Personal Edition.

Eu me lembro de ter dito que a Apple tinha feito um grande favor a ele porque a Apple era, e ainda é, uma empresa de hardware. Steve me pediu para consultar o que o America Online havia se tornado e pediu para realizar algumas conferências online, e eu concordei (Eu deveria ter ido trabalhar para essa empresa, mas o que eu sabia?).

Dois anos depois eu vi Steve e ele me perguntou se eu ainda estava trabalhando com seu pessoal. Eu disse para ele que não estava mais. Então ele me perguntou se eu cheguei a ter as opções de ações que foram prometidas, eu disse que não mas que não se preocupasse com isso porque eu não tinha feito muita coisa.

Mas ele insistiu que eu tivesse essas opções, e vamos dizer que essas opções foram como aqueles dois peixes proverbiais em Mateus 14 que alimentaram milhares de pessoas. Ele não tinha que me dar aquelas opções, mas elas mudaram a trajetória do meu patrimônio líquido.

E agora ele escreveu um livro chamado The Third Wave: An Entrepreneurs Vision of the Future. Eu recomendo que você leia para adquirir percepções sobre a próxima curva do empreendedorismo tecnológico. Você pode obtê-lo aqui. Aqui está uma breve entrevista sobre empreendedorismo e sobre o livro.

P: Por que a AOL teve sucesso quando serviços com maiores financiamentos como Prodigy, Genie, MSN e CompuServe falharam?

R: Existiam 4 Ps envolvidos conosco: pessoas, produto, parcerias e perseverança.

Primeiro, pessoas. Nossa equipe realmente acreditava na ideia da Internet. Quando começamos a AOL em 1985, apenas 3% das pessoas estavam online e elas estavam online apenas uma hora por semana. Mas apesar disso, sentimos que estávamos conduzindo uma revolução que poderia mudar o mundo. Algumas das maiores empresas com as quais competíamos viram isso como um negócio; nós vimos como um movimento.

Segundo, produto. Sabíamos que a internet deveria ser fácil de se usar, útil, divertida e acessível para que alcançasse uma adesão ampla de consumidores. E trabalhamos incansavelmente para montar um serviço favorável ao consumidor e para evangelizar — com sua ajuda! — os benefícios de se estar conectado. Queríamos democratizar o acesso à internet para que todo mundo pudesse ser benefíciado. Nosso dilema nos primeiros anos era de que precisávamos tornar a AOL fácil o suficiente para nossas mães usarem.

Terceiro, parcerias. Reconhecemos que não podíamos fazer isso sozinhos e trabalhamos duro para estabelecer parcerias. Nos nossos primeiros dias, nós conseguimos parcerias com fabricantes de computador como a Commodore, Radio Shack, Apple e Tandy, e empresas de modem como a Hayes. Depois trabalhamos com empresas de rede como a MCI e Sprint, para reduzir os custos de conexão (quando começamos, normalmente era U$10 por hora!).

Finalmente, trabalhamos com dezenas de empresas de mídia e software. Um provérbio africano surge na minha cabeça: se você quiser ir rápido, vá sozinho, mas se você quiser ir longe, vá acompanhado. Queríamos ir longe, então fomos acompanhados, tricotando uma tapeçaria de alianças.

E quarto, perseverança. Nos atemos ao projeto, apesar dos inúmeros contratempos. Por exemplo, quando a Apple cancelou o acordo de oferecer conjuntamente o AppleLink Personal Edition, isso criou uma crise e forçou uma articulação. Nós renomeamos o serviço America Online, que logo se tornou AOL.

Eu costumava brincar dizendo que a AOL era um sucesso de uma década de construção que aconteceu da noite para o dia. Nós simplesmente não desistíamos. Nossos investidores quase nos forçaram a vender, mas estávamos convencidos a continuar. Finalmente, nós progredimos. Fomos a primeira empresa de Internet a ir a público (em 1992), e de melhor desempenho na bolsa nos anos 90. No nosso auge, quase metade de todo o tráfego de Internet dos EUA fluía através da AOL. Mas não chegaríamos até aí sem esses 4 Ps.

P: Então por que incumbents (empresas já estabelecidas em um determinado mercado) falham?

R: Startups são atacantes. Elas jogam de forma ofensiva e procuram aproveitar as oportunidades. Incumbents tendem a ser a defesa, tentando proteger o status quo. Enquanto as empresas crescem, se torna mais difícil continuar sendo um atacante.

Eu certamente vivi isso enquanto a AOL crescia, e especialmente depois que nos fundimos com a Time Warner. Infelizmente, perdemos nosso charme empreendedor, mas é possível incumbents continuarem a ser atacantes ágeis. No meu livro, eu destaco os passos que empresas como Google e Amazon tomaram para se projetar para o futuro e se concentrar em maximizar oportunidade, não se restringindo a riscos.

P: Como empreendedores conseguem sua atenção?

R: Conseguir nossa atenção na Revolution não é um desafio tão grande. Prender nossa atenção é o que é mais difícil. Os cinco erros comuns que empreendedores cometem quando montam sua startup são:

“Não temos competidores”. Isso nos leva a acreditar que ou eles estão mentindo, são ignorantes, ou estão buscando um mercado minúsculo.
“Nossa previsão de crescimento é conservadora”. Isso normalmente é um golpe forte quando se monta uma startup. Planos raramente devem ser conservadores.
“Eu, eu, eu”. Não incluir sua equipe nas discussões é ruim porque acreditamos que empreendedorismo é um esporte de equipes.
“Eu preciso que você assine um acordo de não-divulgação”. Licença, mas segredo nunca é a ideia — é a equipe e a execução.
“Não temos parceiros e não achamos que precisamos deles”. Acreditamos que parcerias são fundamentais, especialmente para startups na Terceira Onda tentando romper com as grandes indústrias.

P: Baseado na sua previsão para a Terceira Onda, como os jovens devem se preparar para suas carreiras?

R: Quando eu me formei na faculdade em 1980, a jogada segura era se juntar a uma grande corporação. Você teria estabilidade no emprego e poderia permanecer na mesma empresa por décadas. Isso é muito menos comum hoje em dia.

As pessoas trocam de emprego mais frequentemente e muitos até mudam de carreiras. Então as pessoas têm que ter mais controle de suas carreiras e suas vidas e, constantemente, estar em busca de novas pessoas e novas ideias. E elas devem se inclinar para o futuro, tentando estar em frente de algumas das enormes mudanças que a Terceira Onda irá desencadear.

Por exemplo, nesta próxima onda veremos uma mudança dramática na forma como trabalhamos, na forma como educamos nossos filhos, como nos mantemos saudáveis, até mesmo como comemos. Estas são grandes mudanças na sociedade que criam grandes oportunidades para pessoas que estão concentradas para onde as coisas estão andando.

Foi dito que Wayne Gretzky era um excelente jogador de hockey porque ele não se concentrava onde o disco estava, mas para o disco estava indo. Eu encorajaria os jovens a fazer o mesmo, enquanto a Terceira Onda começa a ganhar força.

P: Qual o papel do governo na inovação e empreendedorismo?

R: O governo irá exercer um papel central na Terceira Onda. Os empreendedores não querem escutar isso, mas é verdade. Se você não consegue descobrir como trabalhar com o governo e como fazer com que o governo trabalhe com você, você provavelmente não será um empreendedor de sucesso da Terceira Onda.

Isso porque as indústrias da Terceira Onda, como as de saúde, educação, transporte, energia e serviços financeiros, são reguladas. O governo irá impor as regras da estrada, então seja você um empreendedor liderando uma startup ou um funcionário de uma grande empresa, você precisa reconhecer o que os formuladores de política estão fazendo.

Na Primeira Onda, o risco tecnológico era a grande preocupação: você consegue construí-lo? Na Segunda Onda, o risco de mercado era primordial: se você construí-lo, as pessoas irão aderir? Na Terceira Onda, o risco de política irá ser frontal e central: você poderá navegar pelas regras e levar seu produto ou serviço ao mercado com sucesso?

P: Geograficamente, onde a inovação irá prosperar nos próximos dez anos?

R: O Vale do Silício continuará forte, assim como Nova Iorque e Boston. Mas veremos uma ampliação do empreendedorismo na Terceira Onda. Mais capital fluirá a mais empreendedores em mais lugares.

Já estamos vendo isso acontecer, e isso irá acelerar com a chegada da próxima década. Eu dediquei um capítulo em meu livro para explicar por que isso está acontecendo e por que a economia de inovação dos EUA será mais amplamente dispersa na Terceira Onda. Isso será excelente para essas comunidades da “Rise of the Rest”, e criará empregos e incitará crescimento. Isso também será excelente para o país.

P: Zippy’s ou In-N-Out?

R: Como você, eu cresci no Havaí, então, claro, eu passei a amar os almoços do Zippy’s. E quando eu voltei ao Havaí para visitar, Zippy’s continuou sendo uma parada habitual. E eu passei a amar os hamburgueres do In-N-Out, então quando estou viajando para o oeste, eles também são parte do meu repertório.

Mas para ser honesto, minha escolha da vez estes dias é o Sweetgreen, um conceito fast casual em que minha empresa Revolution investiu, no qual faço parte do conselho.

fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/como-se-preparar-para-a-nova-onda-do-empreendedorismo/95519/


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